Janio Quadros nascido
no Mato Grosso, e formado em direito em São Paulo, teve ascensão rápida na
carreira política, de suplente de vereador a presidente em 15 anos (1947 a
1961).
No mandato de deputado,
se articulara para conquistar a prefeitura de São Paulo, com uma campanha
caracteristicamente populista, onde se tinha o slogan “quem rouba um tostão é
ladrão, quem rouba um milhão é barão”. Não
cumpriu todo o mandado, pois se candidatou a governador, onde obteve vitória
apertada. Como governador, completou todo o mandato, que foi tido como
positivo. Após este, foi eleito como deputado federal do Paraná, porém, nunca
compareceu à câmara.
Lançado como candidato a Presidente, Janio
obteve apoio de diferentes partidos. Ele era uma imagem convincente, um bom
orador com mensagem moderna, defendendo a austeridade e criticando fortemente a
gestão de Juscelino.
Janio utilizou- se de
inúmeras ferramentas de marketing para alcançar o poder. Alinhou imagem ao seu
discurso, utilizando as ferramentas de comunicação da época para potencializar
o seu alcance, conquistando formadores de opinião e o povo.
Sua barba por fazer,
caspas, e roupas por vezes sujas e desalinhadas e seu sanduíche de mortadela
conquistaram as massas tanto quanto o seu discurso contra a corrupção e a favor
da moralidade. O símbolo de campanha, a vassoura, transmitia a mensagem
principal, além das palavras. Certamente uma das campanhas de maior destaque da
história política do Brasil.
O resultado da eleição
foi uma vitória marcante, Janio conquistou 48% do total de votos. No governo, mostrou-se
autoritário e de um individualismo extremo. Reunia-se com governadores
formalmente, mas não seguia sugestões, monta seu ministério sem dar satisfação
a partidos, valoriza militares e despreza o congresso. Proibi biquínis, brigas
de galos entre tantas outras ações moralistas. Conforme seu discurso, foi rigoroso quanto aos
gastos públicos, e iniciou inquéritos de desvio de dinheiro, porém, não foram concluídos.
Em apenas 7 meses de
governo, interrompido por sua renúncia, observa-se que Janio tinha certo alinhamento
entre a imagem projetada para o povo e a sua identidade pessoal, mas teve
atitudes duras e anti-populares, que demonstraram uma pessoa de muitas facetas,
onde, por vezes agradara ao povo, outras a burguesia e outras a si mesmo.
A imagem de Janio
ainda se suporta por algum tempo na política nacional, não se acovardando,
ainda que sendo acusado de corrupção, algo que tanto dissera combater. Revela-se
assim o perigo da construção destes personagens no meio político, pois o povo
acaba efetivamente crendo neles. Conforme Grossi afirma, “cabe a Justiça
Eleitoral, que controla a exibição da propaganda política, identificar as
falsas ações desses políticos e impedi-los de propagar as suas mensagens
eleitoreiras para grupos sociais fragilmente expostos a este tipo de
propaganda.”
Vale a pena ver o pequeno documentário: https://www.youtube.com/watch?v=HMdjSsTrWB8
BIBLIOGRAFIA
IGLÉSIAS, Francisco
(1993). Trajetória política do Brasil
-1500*1964. São Paulo, Companhia das Letras.
QUEIROZ, Adolpho;
organizador (2006). Na arena do Marketing
Político. São Paulo: Summus Editorial -
Comentários
Postar um comentário